Para finalizar o dia um dos momentos altos para mim, a oportunidade de passar algum tempo de novo na nova pista FIA da Lotus, desta vez conduzidos pelos pilotos da casa. Confesso que me deixei ir ficando para trás na fila apenas para poder ter o prazer e privilégio de ter ao volante uma lenda viva da Formula 1, Martin Donnelly.
Acabei por calhar no seu Elise Club Racer amarelo onde fui recebido com extrema simpatia e com o característico sotaque irlandês que mesmo para mim que trabalhei com alguns durante a minha carreira, nem sempre é o mais fácil de decifrar. Mas lá me foi dizendo que tinha sido convidado recentemente a fazer parte da equipa de pilotos de testes da Lotus e que estava muito satisfeito com a oportunidade. Falou-me da vontade que tinha em voltar a guiar o carro que quase lhe custou a vida, o Type 102. Ainda em restauro nas oficinas do CTL, o 102 é recordado como o carro em que Martin Donnelly sofreu seu acidente horrível na qualificação para o GP de Espanha em Jerez no ano de 1990. Somente a grande força do carácter de Martin permitiram-no sobreviver ainda que ainda hoje carregue os efeitos dos seus graves ferimentos.
Mas estas mazelas não são motivo para que ande mais lento em pista! De facto o pequeno Elise só perde para o irmão Evora na longa recta pois no emaranhado de curvas, a capacidade do chassis do Elise aliado a uma condução limpa e eficaz de um grande piloto fazem toda a diferença e nem parece que estamos a ser empurrados por um pequeno 1.6! Martin diz-me mesmo que prefere o Elise ao Evora nesta pista e que com ele consegue ser mais rápido na variante da pista sem chicane. Agora, quando a recta oposta está completa, não há milagres e a maior potência e velocidade do Evora fazem a diferença no cronómetro. Para mim foi o mais rápido que andei no circuito norte da pista de Hethel e para sempre ficarei com a memória de ter sido conduzido por um ex-piloto de F1. E essa ninguém me tira!
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