Um dos momentos mais esperados era sem dúvida a conversa com Dany Bahar o CEO da Lotus. Após o Salão de Paris muitas eram as perguntas a fazer-lhe e os representantes dos clubes não se fizeram rogados aproveitando esta oportunidade. Mas antes Bahar quis mostrar a sua visão do que quer para a Lotus e como a marca reagiu aos comentários menos positivos pós-Paris. Ele acredita firmemente que a nova era da Lotus não abandona a filosofia de peso leve e do património da empresa. Dany quer que qualquer Lotus seja sempre mais leve que os concorrentes da sua categoria. Bahar reconhece que muitos criticam a sua visão, mas ele não se desculpa por isso. Seu objectivo é transformar a Lotus numa marca premium!
Com uma equipa de engenharia três vezes maior do que a Ferrari e 5 vezes maior do que a Aston Martin esses engenheiros, tradicionalmente trabalham para fora mas progressivamente passarão a dedicar-se mais aos projectos Lotus. De seguida explicou porque introduziu cinco automóveis novos no Salão de Paris 2010. De há uns anos para cá a Lotus estava numa encruzilhada com prejuízos sucessivos cada vez mais difíceis de justificar aos investidores. Só restava uma hipótese para a marca e a mesma era seguir em frente e surpreender o mundo do automóvel, numa campanha mediática nunca antes vista de forma a colocar a marca nas bocas do mundo. À nossa pergunta se achava que tinha sido previsível que os carros fossem demasiado parecidos visto terem sido idealizados num curto espaço de tempo e pela mesma pessoa, Bahar reconheceu que sim, os carros de frente eram muito parecidos e poderiam ser facilmente confundidos e que por isso alguns modelos estavam já a sofrer alterações estilísticas por forma a vincar a sua personalidade. Mais tarde no Design Studio percebemos as razões por trás do estilo e o que estava a ser feito para mudar.
Bahar explicou ainda que na sequência do feedback de Paris a equipa concluiu que apenas um motor Lotus seria aceitável em tais carros pelo que o desenvolvimento de um V8 "da casa" já está bem encaminhada (o rumor que corre é que é um motor Cosworth mas não foi possível confirmar) . Este motor também pode ser a base de um V6 para os modelos Elan e um L4 para o Elise. Este V8 é menor do que o motor original previsto para o Esprit (o V8 Lexus) sendo já 100kgs mais leve que o motor usado no Lexus IF-S. Os valores iniciais apontam para 570bhp com o motor V8 de base e 600bhp na versão "R" sempre recorrendo à aspiração natural.
Em relação à gama actual acredita que cada carro desportivo deve ter um cabriolet, e que o Evora terá em breve a sua própria versão aberta. Para os fãs mais radicais da nossa marca e aqueles que vaticinam a morte da Lotus por se afastar dos princípios lightweight, Bahar garantiu que haverá também um Elise/Exige no catalogo e que talvez até início do próximo ano vamos ver um sucessor para fantástico 2Eleven. Para os que "torceram o nariz" ao Elise por ser agora um carro fechado, Bahar garantiu que o mais popular dos Lotus terá uma versão aberta, possivelmente do estilo "Targa".
Falando de como levar a cabo tão ambicioso projecto com um orçamento reduzido (500M£ uma fracção ínfima do que é aplicado em projectos de outras marcas, premium ou não), a equipa conta com pessoas como Michael Och (ex-Porsche) e Wolf Zimmermann (ex-AMG) que lideram agora a produção e a engenharia da Lotus. Processos como os interiores passaram agora a ser fabricados por empresas externas que actualmente fazem o mesmo trabalho para a Porsche, Audi , Lamborghini e Ferrari e o controlo de qualidade será agora e cada vez mais rigoroso. Os novos materiais que descobrimos mais tarde no Design Studio vão por certo dar uma ajuda e a presença de profissionais experientes como Zimmermann no conselho de Administração e Donato Coco na parte de Design vai permitir que os 5 novos carros usem até 75% de peças comuns. Esta é a chave que permite a uma pequena empresa em termos de mercado como o Lotus se pode dar ao luxo de desenvolver uma gama completa de carros com um orçamento relativamente modesto.
Bahar concluiu agradecendo a todos por viajarem até Hethel e explicar que nós, como proprietários e entusiastas somos os embaixadores e representantes da marca e que a Lotus nos vê como um factor muito importante no seu futuro. A Lotus reconhece que nos últimos anos se perdeu esta interacção entre a marca e os clubes mas que a estratégia passará agora por apostar em nós como veículos de promoção da marca. Este evento foi o primeiro de muitos destinados a abrir um canal de comunicação entre marca e entusiastas que vai beneficiar a todos no futuro.
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Com uma equipa de engenharia três vezes maior do que a Ferrari e 5 vezes maior do que a Aston Martin esses engenheiros, tradicionalmente trabalham para fora mas progressivamente passarão a dedicar-se mais aos projectos Lotus. De seguida explicou porque introduziu cinco automóveis novos no Salão de Paris 2010. De há uns anos para cá a Lotus estava numa encruzilhada com prejuízos sucessivos cada vez mais difíceis de justificar aos investidores. Só restava uma hipótese para a marca e a mesma era seguir em frente e surpreender o mundo do automóvel, numa campanha mediática nunca antes vista de forma a colocar a marca nas bocas do mundo. À nossa pergunta se achava que tinha sido previsível que os carros fossem demasiado parecidos visto terem sido idealizados num curto espaço de tempo e pela mesma pessoa, Bahar reconheceu que sim, os carros de frente eram muito parecidos e poderiam ser facilmente confundidos e que por isso alguns modelos estavam já a sofrer alterações estilísticas por forma a vincar a sua personalidade. Mais tarde no Design Studio percebemos as razões por trás do estilo e o que estava a ser feito para mudar.
Bahar explicou ainda que na sequência do feedback de Paris a equipa concluiu que apenas um motor Lotus seria aceitável em tais carros pelo que o desenvolvimento de um V8 "da casa" já está bem encaminhada (o rumor que corre é que é um motor Cosworth mas não foi possível confirmar) . Este motor também pode ser a base de um V6 para os modelos Elan e um L4 para o Elise. Este V8 é menor do que o motor original previsto para o Esprit (o V8 Lexus) sendo já 100kgs mais leve que o motor usado no Lexus IF-S. Os valores iniciais apontam para 570bhp com o motor V8 de base e 600bhp na versão "R" sempre recorrendo à aspiração natural.
Em relação à gama actual acredita que cada carro desportivo deve ter um cabriolet, e que o Evora terá em breve a sua própria versão aberta. Para os fãs mais radicais da nossa marca e aqueles que vaticinam a morte da Lotus por se afastar dos princípios lightweight, Bahar garantiu que haverá também um Elise/Exige no catalogo e que talvez até início do próximo ano vamos ver um sucessor para fantástico 2Eleven. Para os que "torceram o nariz" ao Elise por ser agora um carro fechado, Bahar garantiu que o mais popular dos Lotus terá uma versão aberta, possivelmente do estilo "Targa".
Falando de como levar a cabo tão ambicioso projecto com um orçamento reduzido (500M£ uma fracção ínfima do que é aplicado em projectos de outras marcas, premium ou não), a equipa conta com pessoas como Michael Och (ex-Porsche) e Wolf Zimmermann (ex-AMG) que lideram agora a produção e a engenharia da Lotus. Processos como os interiores passaram agora a ser fabricados por empresas externas que actualmente fazem o mesmo trabalho para a Porsche, Audi , Lamborghini e Ferrari e o controlo de qualidade será agora e cada vez mais rigoroso. Os novos materiais que descobrimos mais tarde no Design Studio vão por certo dar uma ajuda e a presença de profissionais experientes como Zimmermann no conselho de Administração e Donato Coco na parte de Design vai permitir que os 5 novos carros usem até 75% de peças comuns. Esta é a chave que permite a uma pequena empresa em termos de mercado como o Lotus se pode dar ao luxo de desenvolver uma gama completa de carros com um orçamento relativamente modesto.
Bahar concluiu agradecendo a todos por viajarem até Hethel e explicar que nós, como proprietários e entusiastas somos os embaixadores e representantes da marca e que a Lotus nos vê como um factor muito importante no seu futuro. A Lotus reconhece que nos últimos anos se perdeu esta interacção entre a marca e os clubes mas que a estratégia passará agora por apostar em nós como veículos de promoção da marca. Este evento foi o primeiro de muitos destinados a abrir um canal de comunicação entre marca e entusiastas que vai beneficiar a todos no futuro.
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