sábado, 10 de setembro de 2011

Condução Desportiva III - O Volante

O volante é o interface homem/máquina através do qual o condutor converte impulsos visuais em controlo dinâmico de um carro e recebe informação da reacção e comportamento físico induzidos no veículo. A capacidade cerebral, o volume de dados e a velocidade de raciocínio envolvidas na operação de um volante é de tal forma complexa que nunca foi tecnologicamente possível substituir eficazmente um condutor por qualquer outro mecanismo.

O Volante;

1º – Ajustar a altura:

O volante deve ser ajustado o mais alto possível, acautelando que se consegue ver por cima dele e até que o centro deste fique, tanto quanto possível, apontado à altura dos ombros.

A principal razão para o volante ficar o mais alto possível resulta do facto de os músculos dos braços conseguirem aplicar mais força flectidos e com as mãos ao nível dos ombros.

2º – Ajustar a distância:

O distância do volante ao condutor deve permitir que os seus braços fiquem dobrados num ângulo entre os 90º e os 120º.


Uma forma simples e eficaz de verificar a distância correcta consiste em esticar os braços e, com os ombros encostados ao assento, verificar que os pulsos podem ficar pousados por cima do volante.


Deverão ser tomadas em consideração as recomendações do fabricante relativas à distância de segurança ao airbag que, normalmente, se encontram no manual de instruções do carro.


Nunca se deve conduzir com os braços esticados. Numa curva rápida e acentuada não terão força nem capacidade de impulso suficientes para virar o volante com a velocidade e a precisão necessárias nem para segurar o corpo no assento, contrariando a Força G.

3º – Agarrar o volante:

Nos carros desportivos, a aerodinâmica, o efeito de solo, a direcção progressiva, a largura dos pneus, etc. a velocidades e/ou manobras rápidas exigem que o condutor aplique uma força considerável no volante. Daí a importância da sua afinação e deste se encontrar regulado na posição em que a aplicação dessa força é mais rápida, precisa e eficaz.

Nos volantes dos carros desportivos os dois braços superiores e a sua junção à roda do volante estão concebidos para permitir o agarre na zona das 9 e das 3 horas de forma confortável e eficaz. Muitos deles têm mesmo dois apoios anatómicos no interior do volante que se destinam a apoiar os polegares.

Em circuitos com curvas rápidas a técnica de agarre mais utilizada é colocar os polegares no interior do volante apoiados nos braços deste, o que permite aplicar mais força de forma rápida e precisa.

Em pisos difíceis, com água, neve ou gelo, gravilha, etc. que exigem viragens e correcções rápidas e vigorosas do volante, a técnica a utilizar deverá ser colocar os polegares no volante, nos apoios de polegares, e não nos braços do volante pois este pode reagir violentamente a alguma irregularidade no piso e deslocar ou mesmo partir os polegares ao condutor. Esta experiência dolorosa já foi vivida por muitos pilotos, principalmente de rally.


Finalmente, todos os ajustes devem permitir que a a posição de condução seja relaxada e totalmente confortável, garantindo que todo o corpo se encontra em contacto com o assento, desde as coxas até aos ombros.

O condutor deverá conseguir virar o volante 180º (½ de volta) sem ser forçado a desencostar os ombros do assento. A título de curiosidade, nos carros de corrida, os pilotos conseguem virar o volante quase 270º (¾ de volta) sem desencostar os ombros da baquet.

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2 comentários:

Rui Coelho disse...

Fernando, arrisca-se a ser dos posts mais interessantes deste blog. Keep up the good work!

Anónimo disse...

Olá Fernando.
Muito bom o post.
Tenho apenas a acrescentar que a posição de condução em rally é muito diferente de condução em pista. Na segunda, o piloto está mais deitado e os braços mais esticados.
De qualquer forma a posição de condução vai sempre estar dependente do "piloto" estar confortável, pois assim estará mais em sintonia com a máquina.
Espero pelo capitulo IV. :)
1 abraço
João Blattmann